domingo, 1 de julho de 2018

O nascimento da Sophia meu ponto de paz , meu furacão

 Sei que o blog está muito tempo  sem postagem, mas foi necessário esse tempo para poder respirar e ir me focando na minha família.Durante muito tempo o blog e os grupos de mães eram o meu refugio, mas foi necessário parar um pouco para cuidar do que eu tinha aqui na terra, sem esquecer nenhum minuto do meu anjo no céu...
No último post eu contei que depois do Fael eu tive a Raphaela, e de surpresa a Sophia.
Creio que Deus me enviou ela para me lembrar que o controle de todas as coisas são Dele, mesmo que as vezes pareça que Ele nem nos vê e que estamos só ,perdidas na nossa dor.
A Sophia venho proveniente de uma  escorregada,e não descobri que estava grávida até quase dois meses. O mais impressionante é que a Rapha é que apontou para minha barriga e disse que tinha neném, na hora eu ri e uma semana depois sem sentir nenhum  sintoma resolvi fazer um exame de farmácia, pois como ainda não menstruava (já que eu amamentava)  e tinha consulta na mesma semana na médica queria falar com certeza tudo para ela.
Fiz o teste e quando coloquei a fitinha no xixi já subiu logo as duas risquinhas, bem fortes e eu entrei em choque... A Rapha só tinha 1 ano e 1 mês  e eu já ia  ter outo bebê? chorei muito, e me envergonho de dizer que não foi de emoção, mas sim de preocupação.
Na época eu trabalhava muito e quase não tinha tempo pra Rapha,também fiquei preocupada em como ela lidaria com um irmão... sem contar que as coisas não estavam exatamente maravilhosas no meu casamento pois os dois ainda estavam muito feridos e o luto ainda era muito presente em nossa vida... chorei por uma semana inteira, até que meu marido me abraçou e falou : "Amor para com isso, nós já sofremos tanto, dois abortos e ainda a morte do nosso filho..." eu olhei pra ele e disse que de todas as minhas preocupações a maior era de perder outro bebê, ou que nascesse com a mesma cardiopatia do Fael... E ele me falou que independente do que acontecesse nós íamos dar conta de alguma forma.
As palavras dele me deram forças e eu passei a me sentir mais segura. A gravidez decorreu sem problemas até quase o final.Consegui aproveitar muito e curti cada momento, a Rapha interagia bastante com a barriga,o que começou a me deixar mais tranquila. O ecocardiograma fetal dela deu normal, mas tive que ficar de repouso o último mês para ela ter mais oxigenação.
E no dia 08/09/2016  veio ao mundo pesando 3850 kg, e 52 centímetros, minha gordinha,de cesária porque depois de duas em curto período de tempo não dava para tentar normal.
Ela nasceu muito linda (e ainda é), bravinha e chorando forte, logo nos primeiros momentos de vida vi que ela tinha uma personalidade forte, e chorava com urgência quando queria mamar.
A escolha do nome dela é outra peculiaridade,eu sonhei um dia (antes da ultrassom em que saberíamos o sexo), com a Rapha brincando com uma menininha meio loirinha , e ai eu falava "Rapha e Sophia parem de brigar",  na hora da ultrassom a médica falou é menina,(queríamos um menino) e  me perguntou se já tínhamos nome, meu marido falou Beatriz, e eu disse, "não vai ser Sophia", como ele sabia do sonho não disse nada, mas estranhou eu não colocar o nome que eu falava desde que namorávamos, a Sophia escolheu o próprio nome e a mesma cena do meu sonho já aconteceu.. engraçado né?

Voltando ao nascimento da Sophia, com poucas horas de vida eu achei os dedinhos dela roxinho e já fiquei muito preocupada, chamei a enfermeira que disse que podia ser frio, mas eu sabia que não era, e já exigi a pediatra no quarto, pedi pra fazer o eco, ela  disse que não precisava, eu falei, "coloca ela no oxímetro", e a oxigenação não estava normal, mas  como ela não tinha 24 horas ( que é quando se faz o teste do coraçãozinho) ela me acalmou, explicou tudo e disse que pediria a avaliação da cardiopediatra, que pediria somente para me acalmar e por causa do  histórico, mas que ela acreditava que o exame daria normal. 
Engano dela, o exame deu alteração e a Sophia foi diagnosticada com uma CIV bem pequena mas que em primeiro momento não precisaria nem de remédio muito menos de cirurgia (Graças a Deus).
 Ela foi acompanhada até um ano pelo cardiopediatra, mas está bem .!!

A experiência de ser mãe de anjo abala nossa fé, nossas estruturas e nos despedaça de tal forma que nem sei como levantamos todos os dias... Ser mãe depois de 2 abortos e perder um filho de cinco dias em uma mesa de cirurgia, foi bem difícil, pois alternava a alegria de tem um filho com a tristeza de não ter o outro e até hoje é assim... uma parte de nós morre junto com os nossos filhos e a outra sufoca cada dia de medo de perder os que estão conosco.
A Sophia foi a única filha minha que veio pra casa certinho, e não foi para a UTI ,com ela eu entendi de verdade que  era outra história, outra vida .
O nome dela significa sabedoria e foi exatamente isso que o nascimento dela me trouxe, enquanto a Rapha deu a luz a própria mãe quando nasceu,me fazendo renascer, a Sophia trouxe paz, um ponto de equilíbrio, maturidade espiritual e ,me ensinou a confiar um pouco mais.
A minha furaçãozinha( a menina é brava), tem o sorriso que derrete qualquer coração é muito amiga da irmã (apesar de brigarem muito), grudada com o pai, chicletinho da mãe e me fez entender que o meu medo de não dar conta de não amar tanto quanto amava a irmã era infundado, porque o amor de mãe é elástico aumenta  de uma forma que não conseguimos entender..

Agradeço a Deus que fez do meu pranto dança, me deu esperanças para prosseguir... ainda não entendo muitas coisas, ainda questiono o porquê,  mas agora tenho 2 lindos motivos para acordar, levantar e lutar.
Elas não substituem e nunca irão substituir o irmão, mas eu consigo finalmente sorrir, e ser feliz mesmo sendo uma mãe divida entre a saudade eterna e a alegria terrena.
 Sophia com 1 Ano

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