"O amor de uma mãe por seu filho, é algo tão extraordinário, que não existem barreiras. Ele transpassa o tempo e o espaço, e alcança a eternidade." (Trecho do texto Saudade de Fernanda da costa Xavier)
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014
O colo que não dei parte 2- O outro lado da saudade- Como ficou a minha vida nos dois anos da perda do meu filho.
Como muitos de vocês sabem eu tive um filho com uma rara cardiopatia chamada SHCE (Síndrome da Hipoplásia do Coração Esquerdo), que infelizmente viveu somente cinco dias, não resistiu ao primeiro procedimento cirúrgico.
No primeiro texto eu expliquei pra vocês que o Faelzinho na verdade foi fruto da minha segunda gestação , eu perdi um na barriga antes dele.
O motivo de escrever este texto é compartilhar com vocês um pouco da dura experiência que é ser mãe de anjo. Existiu uma Fernanda antes do Faelzinho e uma após a sua volta para os braços do Pai. Nós mães de anjos, até conseguimos falar da dor que é não ter nossos filhos, da saudade que sentimos deles, mas poucas vezes falamos sobre como é tentar sobreviver depois deles. No primeiro momento assumimos que não há mais vida. Eu assumi que não havia mais nada pra mim neste mundo, entreguei minha alma pra Deus e pedi que me levasse, eu precisava ficar com o meu bebe.
A Fernanda de antes, mesmo não sendo muito vaidosa, gostava de se arrumar tinha um riso fácil, era mais fácil de lidar (apesar de ser muito teimosa), enfim era muito mais alegre.
Perder o meu Fael (depois de ter perdido o primeiro bebê) foi algo que ainda não consigo denominar, simplesmente me arrasou. Posso comparar sem medo de errar que fiquei devastada como se houvesse passado um furação na minha vida, tudo saiu do lugar, nada estava certo. Não me parece certo por exemplo, uma mãe enterrar o filho, não acho antural.
Esse primeiro momento durou na minha vida pelo menos um ano.Um ano onde eu não vivia, não fazia nada, não me arrumava, não arrumava minha casa, nos primeiros cinco meses fiquei deitada e só levantava quando ia pra Ong.
Após esses cinco meses, voltei a trabalhar, desenvolvi síndrome do pânico, não conseguia sair sozinha de casa, meu marido mudou de horário no trabalho pra pelo menos me buscar no trabalho. Continuei a trabalhar porque a minha supervisora da época me ajudou bastante, e porque encontrei apoio em uma amiga de trabalho que também tinha perdido seu filhinho na mesma época que eu.
Ainda assim não fazia nada somente trabalhar, comecei a comprar mais vezes na semana pizza, e eu que odeio comida congelada, vivia comendo. Se para a sociedade ser uma boa esposa é lavar, passar , cozinhar , então definitivamente eu não era uma. Minha depressão atingiu níveis altos, mas não queria tomar os remédios receitados pelo psiquiatra, não queria me tornar depende.
Sempre lia relatos de algumas mãezinhas que além de perder o filho acabavam perdendo seus companheiros que não aguentavam tanta tristeza, pois também tinham a sua dor para lidar, e pensava que era muito abençoada, afinal meu marido estava sempre ao meu lado.
Engano meu, no final de quase um ano da perda do meu filho de noites inteiras sem dormir só chorando, ou na internet, me casamento começou a dar indícios de que estava capengando.
Tivemos muitos problemas e quase nos separamos. E pra falar a verdade naquele momento só fiz um esforço maior pra não acabar porque queria muito ter outro filho, e queria que fosse com ele.
Mas meu marido havia decidido que não queria outro filho, e ai eu tive que abrir mão do meu sonho, porque percebi que ainda o amava, e teria que esperar a hora certa pra tentar novamente.
Deus ouviu minhas orações e mudou o coração dele, e resolvemos em Dezembro de 2013 que voltaríamos a tentar novamente.
Engravidei e perdi com quase 5 semanas, e ai era o sinal vermelho, não tinha um motivo, já que tínhamos feito aconselhamento genético e estava tudo certo. Meus exames davam normal. Não entendia o porque mais uma vez me era negada o sonho de ser mãe. Mais um golpe e a tristeza aumentava, a saudade aumentava, mas já tinha aprendido a esconder mais meus sentimentos, a controlar mais os momentos de chorar, e como uma boa atriz no palco da vida aprendi a fazer a plateia sorrir, quando o meu coração insistia a não se curar.
Passou-se um mês e fomos comemorar o aniversário do meu marido (que faz aniversário em fevereiro ,no começo de março). E em abril descobri para minha surpresa que seria mãe novamente.
A gestação está correndo bem.A Raphaela nasce se Deus quiser dia 12 de Novembro . Tivemos algumas complicações, mas graças a Deus com repouso está tudo dando certo.
Este ano tivemos muitas turbulências na nossa casa, ainda fruto da tristeza e do vazio que sinto por não ter meu Fael comigo.
Esse ano dia 28 de Outubro ele faria dois anos de nascido, mas ao invés disto completará dia 01 de novembro dois anos da sua partida. E ainda tenho que ir ao cemitério para a exemução do seu corpinho... fechar mais um ciclo.
A vinda do meu filho me ensinou a ser mais humana, me importar de verdade com o outro, mas me deixou marcas profundas. Sei que jamais serei a mesma que era quando o carreguei no colo , quando o amamentei, quando o vi pela primeira vez, esta Fernanda ficou lá atrás num passado muito feliz que não existe mais.
A Fernanda de hoje tenta prosseguir, tenta aceitar o que não dá para mudar, tenta ser feliz, tenta reconquistar o que perdeu, mas continua prosseguindo.
A vinda da Raphaela tem me deixado bastante ocupada, e muito muito feliz também. Mas a Raphaela é única e tem um espaço só dela, que milagrosamente tem me feito renascer desde o dia que eu vi as duas risquinhas do positivo. Ela é meu sol após a tempestade, mas o Meu Fael também é único e nunca ninguém poderá tomar o lugar que pertence a ele.
Um filho não substitui o outro, amo os meus quatro bebes,( porque me considero mãe dos que perdi no inicio da gestação também) espero em Deus que Ele me conceda a honra de criar minha princesa, mas a saudade do meu príncipe ainda machuca muito.
Se você como eu perdeu um filho , sabe que agente tem saudade do que viveu e do que não viveu.
Não existe um manual pra sobrevivência, nem sei como agente continua viva, mas posso dizer que há como recomeçar, há como prosseguir, esquecer nunca esqueceremos, ao contrário parece que o tempo passa e o amor só aumenta.
Seus relacionamentos mudarão. Não só com os cônjuges. Algumas ficarão casadas e passarão por uma mudança enorme, terão que recomeçar todos os dias (Se você puder fazer isso o quanto antes sofrerá menos). Algumas não importam o tamanho do esforço que você fizer (ou não), simplesmente o seu relacionamento irá desmoronar, perder um filho é tão difícil para a mulher quanto para o homem.
O que você deve saber é que mesmo que pareça que não , e que você como eu brigue com Deus, se revolte com Ele, ainda assim Ele estará de carregando, fale com ele mesmo que seja pra brigar como eu fazia ( e confesso ainda faço), porque eu creio que ele recolhe suas lágrimas e te carrega no colo.
Eu sei que se estou ainda em pé é porque o Senhor me carregou.
Até a próxima postagem, deixem seus comentários.
By Fernanda da costa Xavier
*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
Se já chegou até aqui leiam também o texto que o meu marido fez contando como é e foi pra ele o outro lado da saudade.Lições para pais de anjo.
Acesse:
http://vossavateologia.blogspot.com.br/2014/10/licoes-da-vida-para-pais-de-anjo.html
sábado, 8 de junho de 2013
Desabafo
"Quanta saudade , meu Deus, quanta saudade...
Ainda não consigo entender o porque de tudo isso.
O porque de eu não ter meu filho enquanto tantas "mães" por ai abortam, jogam os filhos no lixo, enterram vivos...
Deve ter uma coisa muito errada com a humanidade, não é possível que Deus não veja isso!!
Eu creio em um Deus justo, mas quando vejo tanta injustiça, minha fé vacila.Muitos podem achar que já se passara meses, e que eu deveria superar, mas essas pessoas não sabem como é viver sem sua alma, sem seu coração dentro de você.
E me dizem palavras lindas que são vazias, porque NADA no mundo inteiro pode me consolar.
Descobri recentemente que não perdoei Deus por ter levado meu filho, me senti traída, me sinto preterida....
Muita gente ao ler isso vai pensar que eu enlouqueci... devo ter enlouquecido mesmo. Não sou a mesma pessoa desde que tive que deixar meu filho ali, inerte dentro de um caixão, desde que tive que ver ele sendo vestido com a sua saída de maternidade, que eu demorei meses para escolher, não para que viesse pra casa, mas para que fosse enterrado.
Mas eu afirmo eu PRECISO perdoar Deus, Ele não precisa do meu perdão ao contrario, geralmente somos nós que precisamos de perdão, mas quando digo que tenho que perdoa-lo, é pra mim mesma conseguir acreditar sem sombra de dúvidas...
Não pensem que estou afastada dos seus caminhos, estou andando tão junto com Ele (só quem passa por grandes provas vai entender o que estou dizendo), então estou andando tão junto Com Ele, que me sinto a vontade de conversar com Ele de forma franca e direta. Deus não precisa da minha hipocrisia, o Deus que eu sirvo, preza a verdade e sinceridade, então porque eu devo dizer que está tudo bem , que Deus sabe o que faz, e todas as coisas lindas e maravilhosas que todo mundo fala, muitas vezes com o coração vazio desses sentimentos.
Andar com Deus, conhecer a Deus ao meu ver é isso é ser verdadeiro, é ser irrepreensível, é buscar não errar.
Com certeza não é ficar esquentando banco de igreja, criticando os que são menos capazes de viver como você, de viver de aparecias.
Jesus, nos deu um mandamento de amarmos, uns aos outros, de alimentarmos quem tem fome, de visitarmos os enfermos, e infelizmente a igreja como um todo dificilmente faz isso, é uma meia dúzia que vive assim, então antes de me criticar por tudo o que escrevi , você que é meu irmão em cristo, pare e pense quantas vezes você faz isso, quantos hospitais você visita, quantos projetos sociais você faz parte, ou mais simples, antes de me criticar por tudo que escrevi, pense quantas vezes, você meu amigo, que se diz meu irmão veio me visitar depois que perdi meu filho?
Então sim, mesmo chateada, mesmo com a fé abalada, e mesmo não indo na igreja com a frequência que ia antes, eu ando com Cristo, eu vivo um dia de cada vez, e ainda estou aprendendo a ser cristã. A minha igreja hoje são as pessoas que precisam de mim, afinal a igreja sou eu!!
Desabafo
Fernanda da Costa Xavier
Ainda não consigo entender o porque de tudo isso.
O porque de eu não ter meu filho enquanto tantas "mães" por ai abortam, jogam os filhos no lixo, enterram vivos...
Deve ter uma coisa muito errada com a humanidade, não é possível que Deus não veja isso!!
Eu creio em um Deus justo, mas quando vejo tanta injustiça, minha fé vacila.Muitos podem achar que já se passara meses, e que eu deveria superar, mas essas pessoas não sabem como é viver sem sua alma, sem seu coração dentro de você.
E me dizem palavras lindas que são vazias, porque NADA no mundo inteiro pode me consolar.
Descobri recentemente que não perdoei Deus por ter levado meu filho, me senti traída, me sinto preterida....
Muita gente ao ler isso vai pensar que eu enlouqueci... devo ter enlouquecido mesmo. Não sou a mesma pessoa desde que tive que deixar meu filho ali, inerte dentro de um caixão, desde que tive que ver ele sendo vestido com a sua saída de maternidade, que eu demorei meses para escolher, não para que viesse pra casa, mas para que fosse enterrado.
Mas eu afirmo eu PRECISO perdoar Deus, Ele não precisa do meu perdão ao contrario, geralmente somos nós que precisamos de perdão, mas quando digo que tenho que perdoa-lo, é pra mim mesma conseguir acreditar sem sombra de dúvidas...
Não pensem que estou afastada dos seus caminhos, estou andando tão junto com Ele (só quem passa por grandes provas vai entender o que estou dizendo), então estou andando tão junto Com Ele, que me sinto a vontade de conversar com Ele de forma franca e direta. Deus não precisa da minha hipocrisia, o Deus que eu sirvo, preza a verdade e sinceridade, então porque eu devo dizer que está tudo bem , que Deus sabe o que faz, e todas as coisas lindas e maravilhosas que todo mundo fala, muitas vezes com o coração vazio desses sentimentos.
Andar com Deus, conhecer a Deus ao meu ver é isso é ser verdadeiro, é ser irrepreensível, é buscar não errar.
Com certeza não é ficar esquentando banco de igreja, criticando os que são menos capazes de viver como você, de viver de aparecias.
Jesus, nos deu um mandamento de amarmos, uns aos outros, de alimentarmos quem tem fome, de visitarmos os enfermos, e infelizmente a igreja como um todo dificilmente faz isso, é uma meia dúzia que vive assim, então antes de me criticar por tudo o que escrevi , você que é meu irmão em cristo, pare e pense quantas vezes você faz isso, quantos hospitais você visita, quantos projetos sociais você faz parte, ou mais simples, antes de me criticar por tudo que escrevi, pense quantas vezes, você meu amigo, que se diz meu irmão veio me visitar depois que perdi meu filho?
Então sim, mesmo chateada, mesmo com a fé abalada, e mesmo não indo na igreja com a frequência que ia antes, eu ando com Cristo, eu vivo um dia de cada vez, e ainda estou aprendendo a ser cristã. A minha igreja hoje são as pessoas que precisam de mim, afinal a igreja sou eu!!
Desabafo
Fernanda da Costa Xavier
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sábado, 11 de maio de 2013
Poema para o meu Fael
Poema para o meu Fael
Lembro-me exatamente,
Do dia em que me tornei mulher plenamente,
Foi o dia que meu coração parou.
Pois em um passe de mágica,
De repente,
Tornei-me mãe da semente que o meu corpo gerou.
Porém, infelizmente,
Sem motivos aparentes,
O grande Deus Benevolente,
O levou.
Não podia deixa-lo ir tão facilmente,
E me revoltei grandemente.
Então Deus Docemente,
Falou:
Estou levando seu Fael,
Que viverá como um anjo no céu.
E para que saiba que sou Fiel
Faço-te uma promessa veemente.
Encontrá-lo-á novamente
E serão felizes eternamente
Nas mansões do Salvador.
Autoria: Fernanda da Costa Xavier (texto registrado)
*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Todos os dias
Todos os dias.
Todos os dias me levanto
Pronta para guerrear,
Minha guerra é contra meu pranto
Que jorra sem cessar.
Todos os dias me levanto,
Com a saudade a apertar,
E já peço ao Espirito Santo
Que venha me consolar.
Todos os dias me levanto
Sem querer me levantar,
E a Deus me quebranto
Pra ter forças pra lutar.
Todos dias me levanto
Com um pedaço a faltar,
Falta meu coração, que por enquanto
Com meu anjo no céu foi morar.
Todos os dias, me levanto
Mesmo sem ter como caminhar
Mas caminho, esperando.
Meu amor poder te dar.
Todos os dias, me levanto
Pedindo para o tempo passar,
Não queria esperar tanto
Para o meu anjo reencontrar.
By Fernanda da Costa Xavier
*Texto registrado
*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
Todos os dias me levanto
Pronta para guerrear,
Minha guerra é contra meu pranto
Que jorra sem cessar.
Todos os dias me levanto,
Com a saudade a apertar,
E já peço ao Espirito Santo
Que venha me consolar.
Todos os dias me levanto
Sem querer me levantar,
E a Deus me quebranto
Pra ter forças pra lutar.
Todos dias me levanto
Com um pedaço a faltar,
Falta meu coração, que por enquanto
Com meu anjo no céu foi morar.
Todos os dias, me levanto
Mesmo sem ter como caminhar
Mas caminho, esperando.
Meu amor poder te dar.
Todos os dias, me levanto
Pedindo para o tempo passar,
Não queria esperar tanto
Para o meu anjo reencontrar.
By Fernanda da Costa Xavier
*Texto registrado
*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
quarta-feira, 6 de março de 2013
Tempo
Para uns o tempo passa devagar,
Uma hora parece uma eternidade.
Para outros o tempo corre e toda eternidade nunca é suficiente.
Para nós mãe de anjos, o tempo corre mas nunca passa realmente.
Quando percebemos, já se passaram um mês, dois, um anos, quatro, dez...
E continuamos sentindo a mesma coisa, um vazio imenso cheio de Saudade!!
By Fernanda da Costa Xavier.
*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
terça-feira, 5 de março de 2013
A vida de Jó e as mães que perderam seus filhos
Muitas vezes a vida de Jó é utilizada como exemplo para nós mães que perdemos nossos filhos.
As pessoas, constantemente , nos dizem :"olha lembra de jó?,então ele perdeu dez filhos e ainda glorificou a Deus"
O que as pessoas não sabem, ou não entendem é que o processo que ele passou até chega a isso , foi árduo e penoso, muitas vezes chegando a pedir a morte para Deus, chegando a amaldiçoar o dia do seu nascimento.
Isso acontece realmente conosco, pelo menos comigo, quantas vezes cheguei a pensar no porque ainda estava viva, afinal uma parte de mim muito grande foi arrancada e enterrada, unto com o meu filho.
E fiquei esses quatro meses meditando na vida de Jó, e recentemente respondi uma linda mensagem que recebi de uma grande amiga com as conclusões que eu tirei dessa história, segue trechos da reposta que enviei pra ela:
Sabe, a dor de perder um filho chega até ser física. Antes fosse só física porque assim tomaria um remédio e logo passaria... Ela chega a ser física mais é na alma. Você já não é a mesma pessoa, entende?
Espero em Deus que com o tempo eu consiga voltar a respirar novamente, talvez isso aconteça quando tiver outros filhos sim... mas um filho NUNCA substitui o outro.
Quando utilizamos a passagem da vida de Jó onde ele fala : "O Senhor me deu, o Senhor me tomou, bendito seja o nome do Senhor", muitas vezes a usamos fora do contexto... não é fácil chegar ao ponto que ele chegou e dizer isso.Posso te garantir que Jó poderia ter perdido TUDO até a própria vida e seria preferível a perder um filho quanto mais dez!!
Quando Jó, falou essa frase, ela já estava chegando ao final da sua prova, Deus já estava mudando o cativeiro dele, e o que sabemos sobre isso? Sabemos que Jó teve TUDO em dobro né?
Ai quando lemos lá o que lhe foi dado em dobro, vemos a descrição, de O dobro de bois, propriedades, e ai chega na parte dos filhos ele tem novamente sete filhos e três filhas, totalizando dez filhos no geral.
Ai você me pergunta, como? não era em dobro? ele já tinha antes dez e perdeu dez, se ele teve TUDO em dobro, porque os filhos são o mesmo número.
Eu meditei sobre isso esse tempo todo, e encontrei a explicação, Deus me fez ver que realmente foi em DOBRO, ele teve novamente o mesmo número de filhos, porque se você contar os dez que ele perdeu e juntar com os outros dez dará o número correto.
Deus nos mostrou o que? que substituição de filhos não existe e Ele jamais faria isso. Ele nunca, substituiria os filhos de Jó, ele teve outros , mas não teve mais vinte (já que seria o dobro), porque filho é algo que não dá para repor.
Creio que ter mais dez filhos deve ter alegrado o coração dele, mas de forma alguma ele esqueceu os filhos que teve, e o coração deixou de doer.
Para Jó ter chegado ao ponto de dizer a famosa frase :"O Senhor me deu, O Senhor tomou.." ele passou por um processo dolorido no qual chegou a amaldiçoar o dia do seu nascimento, pediu a morte para Deus dissessas vezes.Questionou Deus inúmeras vezes, do porque tudo aquilo.Veja bem, ele questionou a Deus, não a soberania de Deus,porque também vemos no decorrer do livro quanto Jó adorou a Deus no meio da prova também.
Então é isso meus amigos,essas foram as conclusões que tirei com a passagem da vida de Jó. Mais uma vez com essa história compreendo que mesmo quando perdemos tudo, e para uma mãe TUDO é o seu filho, (porque meus dois anjinhos forma meu mundo); Então, mesmo assim, Deus prova o amor e respeito que tem por nós, Ele sabe que uma hora a dor e a revolta se não passarem irão amenizar, daí ele começa o processo de cura, afinal a própria bíblia diz:
" Pois ele fere, mas trata do ferido; ele machuca, mas suas mãos também curam." JÓ 5.18
Fernanda da Costa Xavier*Texto de autoria de Fernanda da costa Xavier, nunca esquecer de mencionar a fonte e autoria do texto se for utilizar
domingo, 3 de março de 2013
E a Saudade
Amor da minha vida!!
Como a mamãe sente sua falta filho;
Sabe as vez é até difícil respirar doí tanto , mas mamãe também lembra de tanta coisa boa que viveu com você nesse curto período.
Você me ensinou a amar incondicionalmente .Um novo tipo de amor, mais lindo,mais perfeito. O amor de uma mãe por seu filho é algo tão extraordinário, que não existem barreiras. Ele transpassa o tempo e o espaço, alcança a eternidade, é assim que a mamãe te ama. Faria qualquer coisa por você e teria ido no seu lugar, mas Papai do céu te enviou apenas pra mamãe e o papai saberem e experimentarem esse amor tão grande.
Você me ensinou também a não desistir na primeira dificuldade, porque por 24 horas vc viveu sem as maquinas que você precisava. Contra toda a ciência que dizia que a sua cardiopatia era incompatível com a vida (o que acabou sendo verdade), mas os médicos não conseguiam explicar como você aguentou tanto tempo sem os remédios.Mas ainda assim você vicveu mais quatro dias depois disso.
Eu sei, você é meu Guerreiro, forte e valente, e queria ficar um tempo no colo do pai babão um tempo junto com a mãe leoa.
Te amo meu bebê e te amarei eternamente, é por você ter sido forte que a mamãe levanta muitas vezes, porque eu preciso honrar a força e a determinação que você teve.
Meu anjinho lindo, meu filho querido a saudade aperta e as veze quase me afogo em lágrimas, mas não vou desistir filho, você não desistiu, se foi porque Deus te chamou pra enfeitar o jardim dele novamente!!
Meu FaelzinhoTe amooooooo!!
Como a mamãe sente sua falta filho;
Sabe as vez é até difícil respirar doí tanto , mas mamãe também lembra de tanta coisa boa que viveu com você nesse curto período.
Você me ensinou a amar incondicionalmente .Um novo tipo de amor, mais lindo,mais perfeito. O amor de uma mãe por seu filho é algo tão extraordinário, que não existem barreiras. Ele transpassa o tempo e o espaço, alcança a eternidade, é assim que a mamãe te ama. Faria qualquer coisa por você e teria ido no seu lugar, mas Papai do céu te enviou apenas pra mamãe e o papai saberem e experimentarem esse amor tão grande.
Você me ensinou também a não desistir na primeira dificuldade, porque por 24 horas vc viveu sem as maquinas que você precisava. Contra toda a ciência que dizia que a sua cardiopatia era incompatível com a vida (o que acabou sendo verdade), mas os médicos não conseguiam explicar como você aguentou tanto tempo sem os remédios.Mas ainda assim você vicveu mais quatro dias depois disso.
Eu sei, você é meu Guerreiro, forte e valente, e queria ficar um tempo no colo do pai babão um tempo junto com a mãe leoa.
Te amo meu bebê e te amarei eternamente, é por você ter sido forte que a mamãe levanta muitas vezes, porque eu preciso honrar a força e a determinação que você teve.
Meu anjinho lindo, meu filho querido a saudade aperta e as veze quase me afogo em lágrimas, mas não vou desistir filho, você não desistiu, se foi porque Deus te chamou pra enfeitar o jardim dele novamente!!
Meu FaelzinhoTe amooooooo!!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Eu ainda sou uma Mãe
Desde o momento que vi as duas risquinhas do Positivo, algo em mim mudou. No começo agente está em estado de euforia, e ainda não tem a verdadeira dimensão de como sua vida vai mudar dali por diante. Mas muda, e muda muito.
Como já tinha perdido um bebê fiquei meio paranoica com a segunda gravidez, e na gravidez mesmo eu já era uma mãe Leoa,sabe aquela que fica protegendo a barriga, então era eu.
Quando meu filho nasceu, fiz meu marido prometer que ficaria do lado dele o tempo todo.Sei lá, vai que roubassem a minha lindeza.
A única noite da vida dele que ele passou comigo, eu segurava o bercinho dele, não queria dormir, tinha medo de ele sufocar, de entrarem no quarto, e juro pra vocês sem medo de errar se tivesse acontecido de alguém entrar naquele quarto pra levar meu filho, eu teria descido o sarrafo.
Porque todo o amor que sentia por ele quando estava na barriga, parece que ficou mais intenso no momento que eu o vi. Se tivesse que escolher um simbolo para representar o meu amor pelo meu filho seria o duplo infinito.
E porque agora depois que ele morreu as pessoas acham que tem que ser diferente, que tenho que esquecer, que tenho que deixar pra lá?
Eu ainda sou mãe!!!!
Sei que não crio o meu filho, mas isso COM CERTEZA não foi por minha vontade.Eu não fui consultada, simplesmente não tive escolha.
Sei que não fico acordada de madrugada cuidando do meu bebe, dando-lhe de mamar, trocando-lhe a fraldinha. Isso também não é por minha vontade, preferia acordar mil vezes a noite do meu bebe mesmo que para isso eu ficasse cansada o dia inteiro. Do que viver a vida que eu levo, eu não durmo a noite, não consigo, e as poucas vezes que isso aconteceu, acordei várias vezes com o seio vazando, e ai vinha o pensamento na minha cabeça: era pro meu Fael tá mamando agora.
Não ouvirei as primeiras palavras, não o verei andar, não ouvirei aquele : Manheeeeeeeeee .
Enfim, realmente não sou uma mãe convencional, eu não pude ser, mas sou mãe e sempre serei.
Então, desculpe, mas ainda falarei do meu filho, não das conquistas dele , que é o que eu realmente gostaria de fazer. Mas falarei da saudade que tenho dele.
Não tente me consolar, me dizendo que sou nova e terei outros filhos, quero muito te-los, e os terei se Deus assim permitir, mas o Raphael, meu lindo Faelzinho, é e sempre será meu filho!!
E o pior de tudo, não me diga que um dia eu serei mãe,
EU AINDA SOU MÃE!!!!
By Fernanda da Costa Xavier
Obs: Se for utilizar o testo favor atribuir os créditos.
Como já tinha perdido um bebê fiquei meio paranoica com a segunda gravidez, e na gravidez mesmo eu já era uma mãe Leoa,sabe aquela que fica protegendo a barriga, então era eu.
Quando meu filho nasceu, fiz meu marido prometer que ficaria do lado dele o tempo todo.Sei lá, vai que roubassem a minha lindeza.
A única noite da vida dele que ele passou comigo, eu segurava o bercinho dele, não queria dormir, tinha medo de ele sufocar, de entrarem no quarto, e juro pra vocês sem medo de errar se tivesse acontecido de alguém entrar naquele quarto pra levar meu filho, eu teria descido o sarrafo.
Porque todo o amor que sentia por ele quando estava na barriga, parece que ficou mais intenso no momento que eu o vi. Se tivesse que escolher um simbolo para representar o meu amor pelo meu filho seria o duplo infinito.
E porque agora depois que ele morreu as pessoas acham que tem que ser diferente, que tenho que esquecer, que tenho que deixar pra lá?
Eu ainda sou mãe!!!!
Sei que não crio o meu filho, mas isso COM CERTEZA não foi por minha vontade.Eu não fui consultada, simplesmente não tive escolha.
Sei que não fico acordada de madrugada cuidando do meu bebe, dando-lhe de mamar, trocando-lhe a fraldinha. Isso também não é por minha vontade, preferia acordar mil vezes a noite do meu bebe mesmo que para isso eu ficasse cansada o dia inteiro. Do que viver a vida que eu levo, eu não durmo a noite, não consigo, e as poucas vezes que isso aconteceu, acordei várias vezes com o seio vazando, e ai vinha o pensamento na minha cabeça: era pro meu Fael tá mamando agora.
Não ouvirei as primeiras palavras, não o verei andar, não ouvirei aquele : Manheeeeeeeeee .
Enfim, realmente não sou uma mãe convencional, eu não pude ser, mas sou mãe e sempre serei.
Então, desculpe, mas ainda falarei do meu filho, não das conquistas dele , que é o que eu realmente gostaria de fazer. Mas falarei da saudade que tenho dele.
Não tente me consolar, me dizendo que sou nova e terei outros filhos, quero muito te-los, e os terei se Deus assim permitir, mas o Raphael, meu lindo Faelzinho, é e sempre será meu filho!!
E o pior de tudo, não me diga que um dia eu serei mãe,
EU AINDA SOU MÃE!!!!
By Fernanda da Costa Xavier
Obs: Se for utilizar o testo favor atribuir os créditos.
domingo, 20 de janeiro de 2013
Só por Hoje!!
A famosa frase, utilizada pelos alcoílicos anônimos é a que está sendo a minha filosofia de vida.
"SÓ POR HOJE", é uma frase muito sábia, e tem me ajudado no processo de cicatrização da ferida que ainda está aberta.
Acho que não falo só por mim, quando digo que quando perdemos um filho temos que lutar,todos os dias, para não nos desligarmos totalmente do presente.Ficando presos nas lembranças, e na luta contra a ansiedade e angustia que as incertezas do amanhã nos provoca.
Todos os dias eu sofro lembrando dos curtos e maravilhosos momentos que tive com meu filho.Tem dias que só lembro com saudade, e não doí muito, porque foco nas coisas boas que tive e até consigo agradecer.Mas tem dias que sou assombrada pelas lembranças, e a dor que elas me causam que são tão grandes que chega me deixam sem ar.Nesses dias penso em como foi pouco o tempo que tive com o meu filho, me lamento e enlouqueço.
Assim também,como TODOS os dias, sinto uma ansiedade enorme com o futuro e pensamentos como, "será que poderei engravidar novamente?" "E se engravidar, será que meu filho não vai morrer de novo" ou " E se for tudo bem e meu filho parecer com o Raphaelzinho", ou até, "Será que amarei, meu filho como amo o Fael?",
Enfim, passam milhares de coisas pela minha cabeça, e todas elas muito rápido. No mesmo dia vou de um extremo ao outro as vezes em fração de segundos.
Inevitavelmente, vou continuar sentindo todas essas ansiedades,mas, o que eu quero é viver um dia de cada vez, e estou me esforçando para isso.
Sei que se eu me esforçar bastante, talvez consiga retomar minha rotina... mas como disse, um dia de cada vez.
Então digo a mim mesma : "SÓ POR HOJE, vc vai levantar", SÓ POR HOJE,você vai comer", SÓ POR HOJE....
A Bíblia tem uma passagem que diz "Basta a cada dia o seu mal", portanto espero realmente, conseguir, viver o hoje, sem esquecer do passado, mas não viver totalmente presa nele, e deixar que do amanhã cuide Deus.
Se eu vou conseguir? Sinceramente, não sei, a minha única certeza é que SÓ POR HOJE, tentarei.
Se amanhã a saudade do meu anjo, estiver mais insuportável que hoje, tentarei mais uma vez.E todos os dias com o mesmo pensamento:
SÓ POR HOJE!!
Oração da Serenidade:
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Amém!!
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
O Colo que Não dei
O Raphael nasceu fruto de uma vontade imensa de ser mãe. Mesmo sem ter muitas condições e ser recém casada eu queria desesperadamente engravidar.
Casei em junho de 2011, em Julho estava grávida, com oito semanas de gestação perdi meu bebe e isso me deixou arrasada. Não trabalhava na época e entrei em depressão .Resolvi que voltaria a trabalhar porque precisava ocupar a minha mente, as pessoas não entendiam o motivo de toda aquela tristeza, já que a gravidez estava no comecinho, mas pra mim me faltava um pedaço .
Desde o começo tive problemas, tive vários sangramentos, tomava Ultragestan e progesterona, vivia no pronto socorro, até que no dia 25 de agosto de 2011 fui a consulta, a médica pediu uma ultrassom, e quando o médico procurou os batimentos cardíacos não encontrou e ele me disse muito friamente: “olha o feto, esta amorfo (sem forma), a placenta descolada totalmente, e não tem batimentos cardíacos, essa gravidez não é viável. Eu ouvia, olhava pra ele e me deu um vontade de gritar, mas voltei pra sala da doutora, entreguei a ultrassom e ela, sim, muito humana, me disse várias coisas confortadoras, me orientou a não fazer a curetagem, para evitar outros futuros abortos e me passou uma medicação para abrir o colo do útero, tomei essa medicação duas vezes no dia conforme ela havia prescrito e a noite senti uma cólica imensamente forte, sangrei muito e saiu a placenta e dentro de uma bolinha ainda com agua toda fechadinha o meu bebezinho, que pra mim tinha forma de feto sim, bem pequenininho. Continuei tomando a medicação, voltei na médica fiz exames, e ela me disse que podia tentar de novo em 6 meses. Cheguei em casa, fiz um calendário, e riscava todo dia o quanto faltava...
Em janeiro de 2012 , ainda menstruei normalmente , mas em fevereiro... minha alegria, minha surpresa, fiz o teste de farmácia no serviço e, quando vi, tinha dado POSITIVO, fui até p ambulatório do trabalho pedi duas guias de BHCG Quantitativo, uma para aquele dia e outra para repetir em 48 horas, para saber se estava aumentando o hormônio, já que esse foi um dos problemas que tive na primeira gravidez. Liguei pro meu marido que chorou com a noticia e quando chegou em casa ficava alisando minha barriga. Fiz os exames, os resultados estavam certinhos e foi só alegria;
A minha gravidez foi tranquila apesar de ter adquirido pressão alta, tomava meus remédios e só comia fruta, emagreci ao invés de engordar, uns 6kg, só engordei novamente no fim da gravidez , mas meu filho sempre foi grande e pesadinho, ele se desenvolveu muito bem , pelo menos era o que aparentava.
Descobri o sexo com mais ou menos 5 meses de gravidez, e chorei ao saber que era menino, falei pro meu marido que quando o Faelzinho crescesse não ia me visitar, como perceberam o nome escolhido foi Raphael Filho, e meu marido ficou todo bobo, porque o filho ia ter o mesmo nome dele.
Chegamos a 40 semanas sem nenhuma grande intercorrência, como ele não nascia e já estava sem espaço, foi feita a cesárea e no dia 28/10/2012 as 12:14hrs, nascia meu amado filho, que emoção, ele nasceu grandão com 49 centímetros, 3945kg, apgar 8 e 9, um sonho. Falei pro meu marido ficar grudado nele tinha muito medo de trocarem meu bebe na maternidade, ou roubarem.
Fui para o quarto e aproveitei meu bebe até o dia seguinte, quando levaram ele para dar banho, fui atrás ficar olhando pelo vidro, e percebi que a pediatra fez uma cara estranha quando escutou o coração dele, colocou ele no oximoro, o monitor estava virado pra frente, e me desesperei ao ver a saturação do meu filho tão baixa, falei pro meu marido que ela pediria UTI pra ele e foi o que aconteceu.
Desde que o Faelzinho foi para o quarto eu havia percebido que ele respirava cansadinho, falei para as enfermeiras, falei pro meu marido, falei pra todo mundo que entrava no quarto, mas falavam que era coisa da minha cabeça.
A médica muito boa Dra Monica, me falou que o Raphaelzinho provavelmente era portador de alguma cardiopatia congênita, que existiam várias e naquele momento sem os exames ela não saberia me precisar qual era, disse que ele iria para a UTINEO, para ser monitorado de perto e receber medicações para manter a válvula do coração dele aberta. A noite me chamaram porque ele tinha feito a ecocardiografia e a cardiologista, me explicou que ele era portador da Síndrome da Hipoplásia do Coração Esquerdo SHCE, e de outros problemas (que só mais tarde descobri os nomes CIA e Coartação da Aorta) e que este problema o tratamento era cirúrgico, mas que a cirurgia seria paliativa e eram mais de uma cirurgia, disse que pediria transferência pra ele porque o tratamento cirúrgico eles não tinham condições de fazer ali naquele local.
No dia 30/10 fomos transferidos para o hospital de referência do convênio, foram feitos novos exames e no dia 31 conversamos com os cirurgiões que explicaram que o tratamento convencional que são três cirurgias em idades diferentes, não era indicado para ele naquele momento porque a aorta dele era muito fininha torta e muito estreita. Primeiro ele faria uma cirurgia denominada cirurgia Hibrida, para que ele pudesse ter chance de passar pelas outras.
Lembro que ficava ali em pé e cantava pro meu bebe na incubadora, a mesma música que ele ouvia na barriga , chorava, orava, ele mesmo sedado melhorava a saturação quando ouvia minha voz, quando eu tocava nele, ele sabe que foi e é muito amado.
NO dia 01/11/12 foi feita a cirurgia do meu filho. Acompanhei ele ate a porta do centro cirúrgico dei um beijo nele, minha mãe e meu marido também e foi a última vez que vi meu filho com vida as 19:15hrs ele faleceu vitima de um choque hemorrágico e parada cardíaca, meu bebezinho não aguentou a cirurgia.
O que eu senti com a notícia foi devastador, parecia que eu estava olhando outra pessoa passar por aquilo, meu marido me abraçou e choramos como criança.
Ele também ficou muito abalado, o Raphaelzinho sempre mexia quando ouvia a voz dele na barriga, e ficava quietinho quando o ´pai pegava ele no colo.
Tinham providencias a serem tomadas e eu não quis ninguém tomar as decisões por mim, fui até a internação pedi a declaração de óbito, que a menina não sabia fazer e me irritou muito, porque eu vi que ela estava fazendo errado e teria que refazer (trabalhei em hospital), naquele momento enquanto ela preenchia a declaração de óbito eu lembrava de todas as vezes que eu tinha preenchido aquele mesmo papel... não imaginava alguém fazendo isso do meu filho.
Queria ir até a funerária, mas meu marido pediu pra deixar meu sogro e minha mãe escolherem o caixão, dei instruções de como eu queria, voltamos para o hospital de madrugada para liberar o corpo, eu queria vestir meu filho, as pessoas falavam "não vai ver não", mas eu quis ver meu filho. A saída de maternidade que eu tinha comprado com tanto carinho, pedi para as enfermeiras vestirem nele, e ele ficou lindo parecia um anjinho.
Fomos pra casa, ele foi velado na igreja que meu marido cresceu, lembro de sentar e olhar fixamente para o caixão, era irreal aquilo, um mês antes eu tinha escolhido os móveis do cantinho que fiz pra ele e agora, ele tava ali inerte naquele caixão.
Eu não ia ter o chorinho de madrugada, não ai amamentar, não ia ver meu filho se desenvolver, não ouviria ele me chamar de mamãe.
As pessoas tentavam me consolar, mas só me irritava ouvir as mesmas palavras, que de consolo não tem nada. O culto fúnebre foi lindo, muitas pessoas compareceram para nos apoiar e foi importante, enquanto ele estava internado ouve uma comoção na internet de oração em prol da vida dele, pessoas de vários locais oraram pelo meu filho, e eu sou eternamente grata por isso.
Quando recebemos a notícia da morte do Faelzinho, o Raphael meu marido escreveu o seguinte texto que foi lido e distribuído no velório dele:
“O Raphaelzinho foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Foi fruto do meu amor pela Fernanda.
Infelizmente quis Deus levá-lo com apenas 5 dias de vida. Entretanto esses 5 dias mudarão o restante da minha vida.
Nesses dias pude contemplar o meu pequeno Guerreiro em sua luta, pude abraça-lo, beijá-lo, sentir o seu agradável cheirinho. Essa experiência é a mais magnífica e gratificante que existe, eu aproveitei todos os momentos.
Não pude acordar a noite com seu choro, nem para dar-lhe de mamar ou ao menos trocar sua fraldinha.
Não poderei vê-lo andar, falar, cair, se machucar, se curar, quebrar a casa toda.
Pais que lerem esta carta, saibam que esses não são problemas, na verdade, são privilégios, aproveitem cada segundo com seu filho, curta cada momento com ele, não se neguem de brincar com ele quando chegar em casa cansado. Se derretam quando virem seus biquinhos de manha, quando olharem com ternura, pois pode ser a ultima vez, no meu caso foi.
Jamais esquecerei aqueles olhos pretos me olhando, seu cabelo espetadinho, o biquinho que ele fazia.
5 dias, apenas 5 dias e Deus o levou de mim, 5 dias que mudaram toda minha vida.
Raphaelzinho, eu te amo e mamãe também, Vai com Jesus, logo, logo nos veremos outra vez.
Com amor,
Papai e Mamãe”
Hoje faz exatamente 2 meses e 21 dias que ele nasceu 2 meses e dezoito dias que ele voou de volta para os braços do pai.
Voltar para casa só voltei depois de um mês, e quando vi tudo aqui o berço vazio, as roupas ainda sem usar, o estoque de fraldas que eu tinha feito, chorei muito, mas acabei me acostumando, hoje não quero desmontar nada, mas sei que isso será inevitável. Me angustia saber que esse momento vai chegar e precisarei ser forte.
Todos os dias dói para respirar; todos os dias.
É difícil levantar, foi difícil ter leite e não ter bebe para amamentar, doí não ter o cheirinho de bebe em casa, doí ter o colo vazio. Perder um filho é perder um sonho, uma parte de você. Choro todos os dias ,me pergunto todos os dias o porquê, e nunca encontro resposta. Só durmo se for com a roupinha que ele usou comigo, mas tive uma crise porque acabou o cheirinho dele.
Hoje sou mãe de dois anjinhos, uma mãe tendo que viver sem os filhos para cuidar. Encontrei apoio em pessoas que nem conheço, mas compartilham comigo a mesma dor e saudade de seus anjos
Estou tentando sobreviver, porque viver mesmo, eu deixei na hora que meu filho morreu.
Fernanda Costa Xavier
Casei em junho de 2011, em Julho estava grávida, com oito semanas de gestação perdi meu bebe e isso me deixou arrasada. Não trabalhava na época e entrei em depressão .Resolvi que voltaria a trabalhar porque precisava ocupar a minha mente, as pessoas não entendiam o motivo de toda aquela tristeza, já que a gravidez estava no comecinho, mas pra mim me faltava um pedaço .
Desde o começo tive problemas, tive vários sangramentos, tomava Ultragestan e progesterona, vivia no pronto socorro, até que no dia 25 de agosto de 2011 fui a consulta, a médica pediu uma ultrassom, e quando o médico procurou os batimentos cardíacos não encontrou e ele me disse muito friamente: “olha o feto, esta amorfo (sem forma), a placenta descolada totalmente, e não tem batimentos cardíacos, essa gravidez não é viável. Eu ouvia, olhava pra ele e me deu um vontade de gritar, mas voltei pra sala da doutora, entreguei a ultrassom e ela, sim, muito humana, me disse várias coisas confortadoras, me orientou a não fazer a curetagem, para evitar outros futuros abortos e me passou uma medicação para abrir o colo do útero, tomei essa medicação duas vezes no dia conforme ela havia prescrito e a noite senti uma cólica imensamente forte, sangrei muito e saiu a placenta e dentro de uma bolinha ainda com agua toda fechadinha o meu bebezinho, que pra mim tinha forma de feto sim, bem pequenininho. Continuei tomando a medicação, voltei na médica fiz exames, e ela me disse que podia tentar de novo em 6 meses. Cheguei em casa, fiz um calendário, e riscava todo dia o quanto faltava...
Em janeiro de 2012 , ainda menstruei normalmente , mas em fevereiro... minha alegria, minha surpresa, fiz o teste de farmácia no serviço e, quando vi, tinha dado POSITIVO, fui até p ambulatório do trabalho pedi duas guias de BHCG Quantitativo, uma para aquele dia e outra para repetir em 48 horas, para saber se estava aumentando o hormônio, já que esse foi um dos problemas que tive na primeira gravidez. Liguei pro meu marido que chorou com a noticia e quando chegou em casa ficava alisando minha barriga. Fiz os exames, os resultados estavam certinhos e foi só alegria;
A minha gravidez foi tranquila apesar de ter adquirido pressão alta, tomava meus remédios e só comia fruta, emagreci ao invés de engordar, uns 6kg, só engordei novamente no fim da gravidez , mas meu filho sempre foi grande e pesadinho, ele se desenvolveu muito bem , pelo menos era o que aparentava.
Descobri o sexo com mais ou menos 5 meses de gravidez, e chorei ao saber que era menino, falei pro meu marido que quando o Faelzinho crescesse não ia me visitar, como perceberam o nome escolhido foi Raphael Filho, e meu marido ficou todo bobo, porque o filho ia ter o mesmo nome dele.
Chegamos a 40 semanas sem nenhuma grande intercorrência, como ele não nascia e já estava sem espaço, foi feita a cesárea e no dia 28/10/2012 as 12:14hrs, nascia meu amado filho, que emoção, ele nasceu grandão com 49 centímetros, 3945kg, apgar 8 e 9, um sonho. Falei pro meu marido ficar grudado nele tinha muito medo de trocarem meu bebe na maternidade, ou roubarem.
Fui para o quarto e aproveitei meu bebe até o dia seguinte, quando levaram ele para dar banho, fui atrás ficar olhando pelo vidro, e percebi que a pediatra fez uma cara estranha quando escutou o coração dele, colocou ele no oximoro, o monitor estava virado pra frente, e me desesperei ao ver a saturação do meu filho tão baixa, falei pro meu marido que ela pediria UTI pra ele e foi o que aconteceu.
Desde que o Faelzinho foi para o quarto eu havia percebido que ele respirava cansadinho, falei para as enfermeiras, falei pro meu marido, falei pra todo mundo que entrava no quarto, mas falavam que era coisa da minha cabeça.
A médica muito boa Dra Monica, me falou que o Raphaelzinho provavelmente era portador de alguma cardiopatia congênita, que existiam várias e naquele momento sem os exames ela não saberia me precisar qual era, disse que ele iria para a UTINEO, para ser monitorado de perto e receber medicações para manter a válvula do coração dele aberta. A noite me chamaram porque ele tinha feito a ecocardiografia e a cardiologista, me explicou que ele era portador da Síndrome da Hipoplásia do Coração Esquerdo SHCE, e de outros problemas (que só mais tarde descobri os nomes CIA e Coartação da Aorta) e que este problema o tratamento era cirúrgico, mas que a cirurgia seria paliativa e eram mais de uma cirurgia, disse que pediria transferência pra ele porque o tratamento cirúrgico eles não tinham condições de fazer ali naquele local.
No dia 30/10 fomos transferidos para o hospital de referência do convênio, foram feitos novos exames e no dia 31 conversamos com os cirurgiões que explicaram que o tratamento convencional que são três cirurgias em idades diferentes, não era indicado para ele naquele momento porque a aorta dele era muito fininha torta e muito estreita. Primeiro ele faria uma cirurgia denominada cirurgia Hibrida, para que ele pudesse ter chance de passar pelas outras.
Lembro que ficava ali em pé e cantava pro meu bebe na incubadora, a mesma música que ele ouvia na barriga , chorava, orava, ele mesmo sedado melhorava a saturação quando ouvia minha voz, quando eu tocava nele, ele sabe que foi e é muito amado.
NO dia 01/11/12 foi feita a cirurgia do meu filho. Acompanhei ele ate a porta do centro cirúrgico dei um beijo nele, minha mãe e meu marido também e foi a última vez que vi meu filho com vida as 19:15hrs ele faleceu vitima de um choque hemorrágico e parada cardíaca, meu bebezinho não aguentou a cirurgia.
O que eu senti com a notícia foi devastador, parecia que eu estava olhando outra pessoa passar por aquilo, meu marido me abraçou e choramos como criança.
Ele também ficou muito abalado, o Raphaelzinho sempre mexia quando ouvia a voz dele na barriga, e ficava quietinho quando o ´pai pegava ele no colo.
Tinham providencias a serem tomadas e eu não quis ninguém tomar as decisões por mim, fui até a internação pedi a declaração de óbito, que a menina não sabia fazer e me irritou muito, porque eu vi que ela estava fazendo errado e teria que refazer (trabalhei em hospital), naquele momento enquanto ela preenchia a declaração de óbito eu lembrava de todas as vezes que eu tinha preenchido aquele mesmo papel... não imaginava alguém fazendo isso do meu filho.
Queria ir até a funerária, mas meu marido pediu pra deixar meu sogro e minha mãe escolherem o caixão, dei instruções de como eu queria, voltamos para o hospital de madrugada para liberar o corpo, eu queria vestir meu filho, as pessoas falavam "não vai ver não", mas eu quis ver meu filho. A saída de maternidade que eu tinha comprado com tanto carinho, pedi para as enfermeiras vestirem nele, e ele ficou lindo parecia um anjinho.
Fomos pra casa, ele foi velado na igreja que meu marido cresceu, lembro de sentar e olhar fixamente para o caixão, era irreal aquilo, um mês antes eu tinha escolhido os móveis do cantinho que fiz pra ele e agora, ele tava ali inerte naquele caixão.
Eu não ia ter o chorinho de madrugada, não ai amamentar, não ia ver meu filho se desenvolver, não ouviria ele me chamar de mamãe.
As pessoas tentavam me consolar, mas só me irritava ouvir as mesmas palavras, que de consolo não tem nada. O culto fúnebre foi lindo, muitas pessoas compareceram para nos apoiar e foi importante, enquanto ele estava internado ouve uma comoção na internet de oração em prol da vida dele, pessoas de vários locais oraram pelo meu filho, e eu sou eternamente grata por isso.
Quando recebemos a notícia da morte do Faelzinho, o Raphael meu marido escreveu o seguinte texto que foi lido e distribuído no velório dele:
“O Raphaelzinho foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Foi fruto do meu amor pela Fernanda.
Infelizmente quis Deus levá-lo com apenas 5 dias de vida. Entretanto esses 5 dias mudarão o restante da minha vida.
Nesses dias pude contemplar o meu pequeno Guerreiro em sua luta, pude abraça-lo, beijá-lo, sentir o seu agradável cheirinho. Essa experiência é a mais magnífica e gratificante que existe, eu aproveitei todos os momentos.
Não pude acordar a noite com seu choro, nem para dar-lhe de mamar ou ao menos trocar sua fraldinha.
Não poderei vê-lo andar, falar, cair, se machucar, se curar, quebrar a casa toda.
Pais que lerem esta carta, saibam que esses não são problemas, na verdade, são privilégios, aproveitem cada segundo com seu filho, curta cada momento com ele, não se neguem de brincar com ele quando chegar em casa cansado. Se derretam quando virem seus biquinhos de manha, quando olharem com ternura, pois pode ser a ultima vez, no meu caso foi.
Jamais esquecerei aqueles olhos pretos me olhando, seu cabelo espetadinho, o biquinho que ele fazia.
5 dias, apenas 5 dias e Deus o levou de mim, 5 dias que mudaram toda minha vida.
Raphaelzinho, eu te amo e mamãe também, Vai com Jesus, logo, logo nos veremos outra vez.
Com amor,
Papai e Mamãe”
Hoje faz exatamente 2 meses e 21 dias que ele nasceu 2 meses e dezoito dias que ele voou de volta para os braços do pai.
Voltar para casa só voltei depois de um mês, e quando vi tudo aqui o berço vazio, as roupas ainda sem usar, o estoque de fraldas que eu tinha feito, chorei muito, mas acabei me acostumando, hoje não quero desmontar nada, mas sei que isso será inevitável. Me angustia saber que esse momento vai chegar e precisarei ser forte.
Todos os dias dói para respirar; todos os dias.
É difícil levantar, foi difícil ter leite e não ter bebe para amamentar, doí não ter o cheirinho de bebe em casa, doí ter o colo vazio. Perder um filho é perder um sonho, uma parte de você. Choro todos os dias ,me pergunto todos os dias o porquê, e nunca encontro resposta. Só durmo se for com a roupinha que ele usou comigo, mas tive uma crise porque acabou o cheirinho dele.
Hoje sou mãe de dois anjinhos, uma mãe tendo que viver sem os filhos para cuidar. Encontrei apoio em pessoas que nem conheço, mas compartilham comigo a mesma dor e saudade de seus anjos
Estou tentando sobreviver, porque viver mesmo, eu deixei na hora que meu filho morreu.
Fernanda Costa Xavier
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sábado, 12 de janeiro de 2013
A dor passa com o tempo?? a minha não!
Todo mundo me diz que com o tempo a dor passa. Talvez eu seja diferente das outras pessoas porque não tá passando ou contrário, doí mais a cada dia.
Não consigo achar consolo,não consigo achar solução... muitos dizem: , "vc é nova vai ter outros filhos", e nem desconfiam que mesmo que eu tivesse mais vinte não mudaria a o fato de sentir dor e saudade.
Junto com meu filho, perdi meus sonhos, meus planos e projetos, porque Deus não sonhou meu sonho comigo.
Amo ao Senhor, e todos me dizem: "foi a vontade de Deus", sim eu sei, e não me resta outra alternativa a não ser aceitar, e ao mesmo tempo algo grita dentro de mim que eu não posso aceitar, porque simplesmente eu não consigo.
Posso fazer o jogo do contente (quem leu Poliana vai saber do que eu tô falando), e encontro ótimos motivos para me alegra, e me alegro, por exemplo, tenho um marido lindo,irmãos maravilhosos e uma mãe que se pudesse ficaria no meu lugar com o meu sofrimento.Então consigo ser grata pela minha vida, pela minha família, mas ainda assim o vazio, a tristeza continuam alia espreita.
Sei também que meu filho está salvo , e não existe lugar melhor para se estar do que com o Pai celestial, mas, sinto inveja de não te-lo comigo.
Todos os dias, jogo o jogo do contente, todos os dias coloco um mascara, todos os dias espero ansiosamente meu esposo chegar com medo de ficar sem ele também,(porque vai saber qual é a vontade de Deus).
A lição que tirei de tudo isso, Amar, amar e amar, porque pode ser o último dia o último minuto.
Não tenho tempo a perder com coisas banais, não quero perder tempo com pessoas desagradáveis , ou que não entendem o meu minuto de silêncio, minha necessidade de falar, minha necessidade de escrever, não vou perder tempo com quem nem tenta me entender, eque fala que eu me afasto, não sou eu que me afasto, são as pessoas que não entendem o meu momento que se afastam, quem é que gosta de ficar perto de quem tá triste o tempo todo?
Mas nessa caminhada não estou sozinha, além da minha família encontrei mulheres feridas como eu, que tbm perderam seus anjinhos, desabafo, choro, lembro, e vou lambendo as feridas, esperando que um dia elas cicatrizem...
Não consigo achar consolo,não consigo achar solução... muitos dizem: , "vc é nova vai ter outros filhos", e nem desconfiam que mesmo que eu tivesse mais vinte não mudaria a o fato de sentir dor e saudade.
Junto com meu filho, perdi meus sonhos, meus planos e projetos, porque Deus não sonhou meu sonho comigo.
Amo ao Senhor, e todos me dizem: "foi a vontade de Deus", sim eu sei, e não me resta outra alternativa a não ser aceitar, e ao mesmo tempo algo grita dentro de mim que eu não posso aceitar, porque simplesmente eu não consigo.
Posso fazer o jogo do contente (quem leu Poliana vai saber do que eu tô falando), e encontro ótimos motivos para me alegra, e me alegro, por exemplo, tenho um marido lindo,irmãos maravilhosos e uma mãe que se pudesse ficaria no meu lugar com o meu sofrimento.Então consigo ser grata pela minha vida, pela minha família, mas ainda assim o vazio, a tristeza continuam alia espreita.
Sei também que meu filho está salvo , e não existe lugar melhor para se estar do que com o Pai celestial, mas, sinto inveja de não te-lo comigo.
Todos os dias, jogo o jogo do contente, todos os dias coloco um mascara, todos os dias espero ansiosamente meu esposo chegar com medo de ficar sem ele também,(porque vai saber qual é a vontade de Deus).
A lição que tirei de tudo isso, Amar, amar e amar, porque pode ser o último dia o último minuto.
Não tenho tempo a perder com coisas banais, não quero perder tempo com pessoas desagradáveis , ou que não entendem o meu minuto de silêncio, minha necessidade de falar, minha necessidade de escrever, não vou perder tempo com quem nem tenta me entender, eque fala que eu me afasto, não sou eu que me afasto, são as pessoas que não entendem o meu momento que se afastam, quem é que gosta de ficar perto de quem tá triste o tempo todo?
Mas nessa caminhada não estou sozinha, além da minha família encontrei mulheres feridas como eu, que tbm perderam seus anjinhos, desabafo, choro, lembro, e vou lambendo as feridas, esperando que um dia elas cicatrizem...
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Faelzinho... Meu Anjinho
Filho eu já te amava mesmo antes de você ser concebido. Você foi esperado, planejado e muito, muito desejado. A mamãe lembra quando viu aquelas risquinhas que significavam positivo, o primeiro ultrassom, e todas as vezes que ia ao médico o seu coração fazia o meu bater mais forte. Quando descobrimos que você era um menino , o papai e a mamãe choraram de emoção, a mamãe logo se preocupou com quando você crescesse e casasse, eu tinha medo de você não vir me visitar... Fizemos o seu enxoval de maneira toda especial, demoramos quase quatro meses, só para escolher sua bolsa de maternidade e a saída. Te sentir mexer dentro de mim foi a experiência mais incrível e mágica que eu poderia ter tido, e eu amava cada momento, cada chute, (mesmo quando vc chutava meu estomago). Cada dia aumentava mais a minha ansiedade, para te ver, até que chegou o dia. Quando você nasceu, o amor que eu já sentia aumentou infinitamente , tive medo de te perder, pedi para o papai te seguir para todo o lado, com medo que você fosse trocado na maternidade... Quando finalmente te trouxeram para perto de mim, senti um alívio, finalmente meu príncipe estava comigo, me iludi achando que você estava seguro. Logo percebi que havia algo errado, mas todos diziam que não tinha, até o momento que te tiraram de mim e começou meu pesadelo. Foram cinco dias das mais contraditórias emoções, alegria, medo, fé, esperança, tristeza angustia. Sei que em todos esses momentos Deus carregou a mamãe e o papai no colo. Tive forças para ficar na UTI com vc, mesmo operada. Isso eu agradeço a Deus. Ah filho, como mamãe queria poder te dar um coração... Vc lutou muito, mas Infelizmente Deus te recolheu, e agora ficou só a dor, a tristeza a angustia de ter te tido e logo ter te perdido. Meu bebezinho lindo, não me esquecerei do seu cheirinho, do seu biquinho, de como vc olhava pra mim com se entendesse tudo o que eu falava. Acordar todos os dias e me deparar com a dura realidade de não te ter comigo é muito difícil, às vezes nem quero mais levantar, mas levanto todos os dias, porque sei que devo prosseguir por amor ao papai. Te amo meu anjinho, nunca te esquecerei .... Mamãe
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
ANA UMA MULHER ATRIBULADA, DE CORAÇÃO TRISTE
Dia 20 fez um mês que perdi meu bebê.
Fiquei muito triste, olhei as roupinhas que eu tinha ganhado, e guardei.
Em meio a esses sentimentos tão angustiantes, resolvi ler a Biblia porque precisava de um consolo.Precisava ouvir Deus falar comigo, porque ultimamente tenho me sentido como estando em um monologo, eu falo, eu choro, eu oro,eu imploro.... Sei que Deus está comigo, porque de outra forma eu enlouqueceria!!Mas eu precisava muito ouvir Deus falar comigo.
Resolvi abrir a Biblia e ler, 1º Samuel, resolvi ler a história de Ana.
E me surpreendi como uma passagem que eu já tinha lido tantas vezes,falou tanto comigo, depois do que me aconteceu, é como se eu sentisse a pertubação da alma daquela mulher que queria tanto um filho.
Ana viveu em uma época, em que se a mulher não pudesse dar um filho para seu marido, ele tinha direito de casar com outra, e foi o que seu marido Elcana fez, casou com Penina uma mulher que só humilhava a Ana, que naquela época , as mulheres que não tivessem filhos,não valiam nada.
Todos os anos eles subiam ao templo, para levar seus sacrificios ao Senhor (o que graças a Deus não precisamos fazer hoje,basta orar ), e em um desses anos, Ana conseguiu mudar a sua história de maneira surpreendente, :
"Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente.
E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o SENHOR, Eli observou a sua boca.
Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. " 1 Samuel 10 -13
Vemos acima a dor tão grande de uma mulher que acharam que ela estava embriagada, mas continuando o capitulo, percebemos que Deus ouviu o clamor do coração, da alma dela, e concedeu o desejo de seu coração. Quando o Sarcedote, diz pra ela ir, ela foi embora com o coração mais alegre, pois sabia que o Senhor a tinha ouvido.
Então Deus não podia ter me dado tanto conforto lendo essa passagem, quando disse que percebi a passagem diferente ,das outras vezes que eu li, eu explico:
Todas nós temos uma Penina, nos irritando todos os dias, nos deixando inseguras, e com medo e o nome dela hoje é ANSIEDADE,
Podemos dar ouvido a Penina, ou fazer como Ana, Clamar, ter esperança e descansar no Senhor,é difícil eu sei, mas concerteza não é impossível!!
Vamos clamar ao Senhor, orando uma pelas outras...
Fiquei muito triste, olhei as roupinhas que eu tinha ganhado, e guardei.
Em meio a esses sentimentos tão angustiantes, resolvi ler a Biblia porque precisava de um consolo.Precisava ouvir Deus falar comigo, porque ultimamente tenho me sentido como estando em um monologo, eu falo, eu choro, eu oro,eu imploro.... Sei que Deus está comigo, porque de outra forma eu enlouqueceria!!Mas eu precisava muito ouvir Deus falar comigo.
Resolvi abrir a Biblia e ler, 1º Samuel, resolvi ler a história de Ana.
E me surpreendi como uma passagem que eu já tinha lido tantas vezes,falou tanto comigo, depois do que me aconteceu, é como se eu sentisse a pertubação da alma daquela mulher que queria tanto um filho.
Ana viveu em uma época, em que se a mulher não pudesse dar um filho para seu marido, ele tinha direito de casar com outra, e foi o que seu marido Elcana fez, casou com Penina uma mulher que só humilhava a Ana, que naquela época , as mulheres que não tivessem filhos,não valiam nada.
Todos os anos eles subiam ao templo, para levar seus sacrificios ao Senhor (o que graças a Deus não precisamos fazer hoje,basta orar ), e em um desses anos, Ana conseguiu mudar a sua história de maneira surpreendente, :
"Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente.
E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o SENHOR, Eli observou a sua boca.
Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. " 1 Samuel 10 -13
Vemos acima a dor tão grande de uma mulher que acharam que ela estava embriagada, mas continuando o capitulo, percebemos que Deus ouviu o clamor do coração, da alma dela, e concedeu o desejo de seu coração. Quando o Sarcedote, diz pra ela ir, ela foi embora com o coração mais alegre, pois sabia que o Senhor a tinha ouvido.
Então Deus não podia ter me dado tanto conforto lendo essa passagem, quando disse que percebi a passagem diferente ,das outras vezes que eu li, eu explico:
Todas nós temos uma Penina, nos irritando todos os dias, nos deixando inseguras, e com medo e o nome dela hoje é ANSIEDADE,
Podemos dar ouvido a Penina, ou fazer como Ana, Clamar, ter esperança e descansar no Senhor,é difícil eu sei, mas concerteza não é impossível!!
Vamos clamar ao Senhor, orando uma pelas outras...
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