Meu pequeno anjo.. voe para Deus

Engravidar pra mim foi uma experiência maravilhosa.

Lembro que só desconfiei que estava grávida, quando já estava atrasada fazia uns cinco dias, mas ainda assim custou entrar na minha cabeça que eu poderia estar grávida.Bom sempre ouvi as mulheres dizendo que se sentiam grávidas e coisa e tal, mas eu não me senti não.

Tive enjoos e o meus seios cresceram, mas eu atribui esses sintomas à TPM.Fiz um exame desses de farmácia e fiquei mais em dúvida ainda, porque uma lista ficou bem forte e a outra ficou um pouco clara, resolvi esperar mais um pouco e com dez dias de atraso fiz o exame de sangue que deu POSITIVO.

Foi a sensação mais estranha que eu tive, fiquei feliz, triste, preocupada tudo ao mesmo tempo, sei lá, foi um pouco assustador, porque fazia só um mês que eu tinha casado e em menos de dois meses eu tinha passado de filha à esposa de esposa à mãe.

Fiz uma surpresa para o meu marido, que quando viu o resultado ficou radiante, até encheu os olhos de lágrimas.

Daí por diante foram uma sucessão de acontecimentos que já anunciavam uma fatalidade, descobri que estava grávida dia 01/08, tive o primeiro sangramento dia 06/08, e ai a médica já me colocou em repouso.

foram muitos momentos de angústia e tristeza, até o fatídico dia 20/08 que com sete semansas de gravidez minha ultrassom já mostrava um embrião sem batimentos cardíacos, e as frias palavras do médico dizendo que era assim mesmo, muitas mulheres perdem seus primeiros filhos.

Minha ginecologista, ao contrario foi muito atenciosa, e me deu a chance de escolher se eu queria fazer uma curetagem, ou tomar um remédio para expulsar o bb, resolvi tomar um remédio , porque curetagem é um procedimento muito invasivo.

Chorei muito, durante dias, e , desculpem, mais, fiquei revoltada com as pessoas que queriam me consolar, dizendo que Deus iria me dar outro filho, etc e tal.

Hoje vejo que as pessoas queriam me dar força e agradeço, mesmo nos meus momentos de mais tristeza e dor em que eu me revoltava contra o Senhor, eu sentia Ele sempre presente através do Espírito Santo a me consolar.

Meu pequeno anjinho voltou para os braços do pai, ainda choro de vez em quando, ainda me revolto quando vejo tanta gente querendo um filho, e essa mulheres deixando seus filhos em lixeiras, mas uma coisa está sendo crucial para a minha recuperação que é ter vivido o meu luto.Sei que muitos não entendem já que o meu filho não chegou a nascer, mas quem passou por isso sabe do que eu estou falando.

Fernanda Costa Xavier